domingo, 18 de novembro de 2007


1. Osteoporose

A osteoporose é um transtorno metabólico caracterizado pela diminuição da densidade óssea, o que aumenta a fragilidade do osso, deixando-o incapaz de resistir aos impactos que sofre no dia a dia. Isso pode fazer com que ocorram fraturas aos mínimos traumas, com conseqüências como as lesões de nervos, deformidades, e dor muito acentuada. Com o aumento na expectativa de vida, a osteoporose vem sendo cada vez mais comum, pois é uma patologia da terceira idade, especialmente das mulheres após a menopausa. As fraturas de coluna estão entre as lesões mais comumente provocadas pela osteoporose. Geralmente estas fraturas podem ser tratadas com remédios para a dor, imobilização, fisioterapia e uso de coletes.


A necessidade de tratamento cirúrgico está restrita às situações muito graves, em que há lesão neurológica, ou dor intratável pelos meios comuns, o que acontece em apenas 0,2% dos casos. Nos últimos anos tem sido utilizada a vertebroplastia percutânea, técnica que recompõe rapidamente a estabilidade mecânica da coluna vertebral e alivia rapidamente a dor, evitando a imobilização prolongada.


Dicas:

A falta de exercício piora a osteoporose, as caminhadas fazem parte do tratamento!
Não basta tomar cálcio, para que o cálcio fique no osso são necessários hormônios e vitamina D.
A exposição ao sol é muito importante, pois aumenta os níveis de vitamina D.
Cálcio em excesso pode trazer problemas - fale com seu médico antes de tomar!
O exame para detectar osteoporose é a densitometria - fale com seu médico!


2. Hérnia de Disco

A palavra hérnia significa deslocamento de algo para fora de seu lugar, na hérnia de disco o que ocorre é um deslocamento do núcleo, a parte interna do disco intervertebral, através de uma ruptura anel, a parte externa, que funciona como capa do disco. Isso pode ser comparado ao que acontece quando a capa de uma almofada se rasga e parte da espuma do recheio sai. Geralmente o fragmento de núcleo que escapa de dentro do disco comprime uma das raízes do nervo ciático, provocando dor forte em uma das pernas, o sintoma conhecido como dor ciática. Na maioria dos casos a hérnia de disco pode ser tratada com medicações para reduzir a dor e a inflamação do nervo, repouso relativo e fisioterapia. A cirur9 esta indicada nos casos em que não há melhora com o tratamento, ou quando o sofrimento da raiz nervosa é muito intenso. Existem vários tipos de técnicas cirúrgicas para o tratamento das hérnias de disco, devendo-se procurar a mais adequada a cada caso.


3. Espondilolistese

É uma deformidade em que uma vértebra desliza sobre outra e provoca um desalinhamento da coluna. Isso pode ocorrer por desgaste das articulações responsáveis pela sustentação, ou por um defeito na parte posterior da vértebra, chamado espondilólise. Este deslizamento ocorre de forma muito lenta, e muitas vezes está estacionado, não é progressivo. As deformidades físicas visíveis acontecem apenas nos casos em que o deslizamento é muito grande, os maiores sintomas costumam ser dor lombar crônica e ciática. O tratamento inicial visa o controle da dor, e consiste de medicação, exercícios e fisioterapia. Como em todas as deformidades, a única maneira do problema ser corrigido é a cirur9, que se reserva para os casos mais graves e para aqueles que os outros tratamentos não funcionaram. Na cirur9 a vértebra que desliza deve ser fixada, e os nervos que estão apertados devem ser liberados. A fixação costuma ser feita com a colocação de implantes metálicos de titâneo (parafusos). Na maioria dos casos não é necessário trazer a vértebra de volta para o lugar, apenas fixá-la de modo a impedir que siga se movendo


4. Escoliose

Escoliose é uma deformidade em que existe uma curvatura lateral da coluna, fazendo com que o corpo fique assimétrico. A escoliose pode ter várias causas, mas o mais comum são as escolioses ditas 'idiopáticas', sem causa definida, que se manifestam ainda na infância ou puberdade.O tratamento depende de cada caso: quando o desvio é pequeno, costuma-se indicar exercícios posturais, nos desvios maiores pode ser necessário o uso de coletes, ou mesmo cirur9 corretiva. A escoliose é uma deformidade anatômica, a única maneira de corrigi-la é por cirur9, os exercícios visam o controle da dor e a manutenção do quadro nos casos em que a deformidade é pequena. Existem vários tipos de cirurgias, com abordagens diferentes, mas, basicamente, a cirur9 consiste em colocar uma ou mais hastes metálicas que restituem o alinhamento e fixam a coluna, reduzindo a deformidade. Como em todas as cirurgias, o resultado varia a cada caso, e quanto mais grave o caso mais difícil o resultado ideal. Em alguns casos há normalização do alinhamento da coluna, na maioria dos casos há melhora, que via de regra é grande, mas sem correção completa


5. Estenose Espinhal

A coluna é uma estrutura móvel, bastante sujeita a traumatismos e a degeneração, que é o processo de desgaste gradual que acompanha o envelhecimento, e pode ser acelerado por fatores individuais. As estruturas da coluna mais vulneráveis à degeneração são os discos e as cartilagens das articulações posteriores, mesmo no processo de envelhecimento normal, os discos tendem a reduzir-se até o colapso, as articulações ficam aumentadas pelo processo de artrose, e os ligamentos engrossam e perdem sua elasticidade e seu poder de estabilizar a coluna. Passa a existir uma hipertrofia (aumento) das estruturas articulares e, ocasionalmente, algum desalinhamento entre as vértebras. Todas essas alterações levam a uma redução gradual do espaço disponível para os elementos nervosos, o que se chama estenose espinhal. Embora seja parte do processo de envelhecimento normal, muitas vezes essa estenose provoca sintomas de compressão dos nervos, como dores nas pernas, diminuição da sensibilidade, e dificuldade para caminhar. A maioria dos casos podem ser tratados clinicamente, mas algumas vezes é necessária uma cirur9 de descompressão ou artrodese da coluna.


6. Discopatia Dolorosa

Embora seja a mais conhecida, a hérnia não é a única patologia do disco intervertebral. Devido a sua função amortecedora, o disco é uma estrutura naturalmente sujeita a desgaste, chamado de degeneração discal. A degeneração do disco não é necessariamente uma doença, de fato, é um acontecimento normal, que faz parte do processo de envelhecimento. Todas as pessoas de 50 anos ou mais, mesmo as que nunca tiveram nenhum problema nas costas, apresentam sinais de degeneração discal. Porém, em um número grande de casos ocorre uma degeneração sintomática, ou seja, a degeneração discal provoca dor e outros sintomas. Diferente da hérnia, na discopatia dolorosa não precisa haver ruptura do disco, sendo mais comum a perda da capacidade de amortecimento pela redução na altura e pelo endurecimento das estruturas discais. Por isso, a dor ciática, irradiando-se para a perna, não é tão freqüente, sendo mais comum a dor na região lombar, de caráter incomodativo, mas podendo evoluir com crises de dor bastante intensa, e geralmente durando bastante tempo. O diagnóstico e tratamento das discopatias dolorosas é motivo de controvérsia, mas, atualmente, vem-se indicando cada vez mais o tratamento cirúrgico nos casos em que as medicações e fisioterapia não tem bom resultado. Diferente da hérnia, na cirur9 da discopatia dolorosa o objetivo maior não é descomprimir o nervo, e sim reconstituir o espaço discal, com ténicas de artrodese ou artroplastia.

8. Trauma

As lesões da coluna por traumatismo são relativamente comuns, principalmente nos casos de acidentes de trânsito e quedas de altura. Podem ocorrer vários tipos de fraturas e deslocamentos, ocasionalmente com conseqüências graves, como a lesão do tecido nervoso, provocando paralisias. Muitas lesões podem ser tratadas com repouso ou uso de coletes, sem necessidade de cirur9, ficando esta reservada para os casos em que há uma instabilidade da coluna. Geralmente as lesões da parte óssea e dos ligamentos da coluna podem ser resolvidas com graus de seqüela razoáveis, sendo o maior problema a lesão das estruturas nervosas, que pode produzir incapacidade grave e irreversível.


9. Tumores

A coluna pode ser afetada por tumores benignos ou malignos, próprios ou disseminados de outros órgãos comprometidos. Os sintomas mais comuns são dor nas costas, geralmente muito forte, localizada, e de surgimento recente, fraqueza ou adormecimento nos membros, dificuldades para urinar, e emagrecimento. O tratamento dos tumores varia muito conforme o tipo, localização, e grau de disseminação da doença, havendo vários que são passíveis de cura.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Distrofia muscular miotônica de Steinert (DMS)

1. Introdução

A Distrofia Muscular Miotônica de Steinert é uma patologia relativamente rara, que precisa de tratamento fisioterapêutico especializado, porém verifica-se a carência de conhecimentos desta doença, o que ocasiona muitos transtornos aos pacientes, que muitas vezes recebem tratamento inadequado, podendo inclusive, levá-los ao óbito.

O objetivo deste trabalho é a identificação de condutas fisioterapêuticas inadequadas, suas causas e conseqüências, assim como a proposta de outros recursos fisioterapêuticos e holísticos que possam melhorar a qualidade de vida dos portadores de DMS. Para alcançar estes objetivos, foi realizada uma revisão bibliográfica do tema em questão, sendo esta utilizada para embasamento teórico. Foram feitas, também, entrevistas com uma família apresentando afetados em pelo menos quatro gerações.

2. Distrofia Muscular Miotônica Steinert

É uma doença autossômica dominante multissistêmica, forma adulta mais comum de distrofia muscular; de penetrância variável, de grande variabilidade de sinais clínicos, que parecem agravar-se de geração em geração, fenômeno este denominado antecipação. Foi descrita pela primeira vez, em 1909, por Steinert, o qual a considerou uma variante da Miotonia Congênita de Thomsen (Adams, R., Victor, M., 1998; Collins, R., 1998; Rowland, L .,1997).

Tem grande prevalência em todo o mundo, afetando igualmente ambos os sexos, sem qualquer variação geográfica ou étnica, de incidência aproximada de 13,5 por 100.000 nascidos vivos (Mendel et al,1998; Rowland, L., 1997).

2. 1 Etiopatogenia

O gene anômalo da DMS foi mapeado no cromossomo 19q13.3, onde se localiza um trinucleotídeo (citosina, timidina e guanosina [CTG]) que tem como produto codificado a miotonina-proteína-quinase (MT-PK), a qual está presente em muitos tecidos, principalmente nos músculos esqueléticos e cardíacos. Supõe-se que esta enzima seja importante para a fosforilação dos canais iônicos (Collins, R., 1998; Mendel et al, 1998). Assim sendo, quanto mais defeituoso for o gene (quanto maior o número de repetições de CTG) menor será a quantidade de MT-PK produzida e, maior a gravidade do quadro clínico e o início mais precoce da sintomatologia.

O aumento da gravidade da doença em gerações sucessivas (antecipação genética) é proporcional ao aumento do número de repetições do trinucleotídeo . Normalmente as pessoas possuem entre 5 e 30 ou 35 repetições de CTG, pacientes afetados possuem mais de 50 e, nos casos graves, ocorrem milhares de repetições da trinca (idem).

2. 2 Características clínicas

Miotonia

É expressada na demora em relaxar após contração muscular voluntária forte e contração muscular após percussão, estimulação elétrica ou pelo uso de drogas (como diclorofenoxiacetato ou diazocolesterol); afeta tanto a musculatura lisa quanto a esquelética e geralmente é indolor. Persiste após bloqueio anestésico, secção dos nervos ou bloqueio da junção neuromuscular. É um fenômeno próprio da fibra muscular, e parece estar relacionado com a membrana celular (Adams, R., Victor, M., 1998; Scaff, M., 1989; Baiget et al, 1997).

A miotonia é mais evidente nas mãos, podendo ser observada ao cumprimentar uma pessoa ou ao abrir uma porta, sendo difícil de soltar. Os movimentos leves não evocam miotonia (Adams, R., Victor, M., 1998; Rowland, L., 1997).

Ao se percutir um músculo estriado (como o deltóide, língua, eminência tenar e músculos proximais dos membros) com um martelo de reflexos, observa-se imediata contração do mesmo com a persistência de um sulco no local durante tempo prolongado (Sanvito, W., 1997).

Sistema Muscular

Os músculos distais são os primeiros a serem afetados e em alguns casos são os únicos (Baiget et al, 2001). A fraqueza dos músculos dorsiflexores do tornozelo pode produzir queda do pé ou "marcha escarvante" (Mendel et al, 1998; Rowland, L., 1997). Nos membros superiores são afetados os músculos do antebraço (extensores, flexores, supinador longo) e os da mão (extensores dos pulsos, eminência tenar e hipotenar). Os reflexos tendinosos estão presentes nas fases iniciais e podem permanecer mesmo em formas avançadas, mas, de regra, com o progredir da doença eles se tornam diminuídos ou mesmo abolidos (Scaff, M., 1989).

Em decorrência da fraqueza muscular, a face apresenta uma aparência característica, é longa e estreita (fig. 6.a e 6.b) (Collins, R., 1998). Nesta região do corpo são afetados os músculos: frontal; elevadores das pálpebras; músculos da mímica; temporais; orofaringe; masseteres; mandibulares; cervicais, incluindo os músculos flexores do pescoço; a força dos orbiculares do olho também é diminuída. Há diminuição dos sulcos e rugas da face (Scaff, M., 1989; Adams, R., Victor, M., 1998;

Sistema Cardiovascular

O comprometimento do miocárdio é freqüente, e somente pelo exame eletrocardiográfico detecta-se esta anormalidade (Scaff, M., 1989). Podem ocorrer alterações do ritmo e da condução, originando bradicardia, arritmias, intervalo P-R prolongado, elevação do espaço ST, bloqueio de ramo direito ou esquerdo, bloqueio atrioventricular (BAV), taquicardia sinusal; é comum a presença de sopro sistólico associado a prolapso da válvula mitral. A este quadro associa-se hipotensão arterial. Nos casos mais graves, durante o curso da doença, podem ocorrer insuficiência ou parada cardíaca, sendo recomendado o implante de marcapasso (Bell apud Scaff, 1989; Fish & Evans apud Scaff,1989).

Sistema Respiratório


As complicações respiratórias mais relevantes são:


• Infecções broncopulmonares de repetição, freqëntemente associado com dispnéia e, ocasionalmente, com insuficiência respiratória (Baiget et al, 1997).
• Pneumopatias por aspiração: ocorrem em decorrência principalmente do mal funcionamento da musculatura faringo-esofágica. Este tipo de pneumopatia é originado a partir de alimentos digeridos aspirados em direção à árvore respiratória, causando infecções, febre e dor torácica (Baiget, et al, 1997);
• Hipoventilação alveolar: decorrente da debilidade e miotonia dos músculos respiratórios, especialmente do diafragma. Possivelmente é a causa da hipersonia, cefaléia matutina e alterações do humor e do caráter (idem);
• Anomalia do centro de controle da respiração (bulbo), pode ocorrer em alguns casos, agravando os problemas respiratórios e causa apnéia do sono (as pessoas deixam de respirar muitas vezes enquanto dormem) (Baiget, et al, 1997; MDA, 2001).

Sistema Digestivo

O problema da deglutição resulta da debilidade da musculatura faringo-esofágica. A manifestação mais freqüente é o vômito, causado pela diminuição (ou desaparecimento) do peristaltismo do esôfago, o qual pode apresentar dilatação em sua porção terminal (Baiget, et al, 1997; Scaff, M.,1989).

Há episódios de diarréia e dor abdominal em conseqüência de cólon espasmódico. A prisão de ventre é freqüente, causada pelo acometimento do intestino grosso, o qual também é responsável pela dilatação dos cólons. A incontinência anal é rara. Cálculos biliares são freqüentes, com crises de dor hepática e, em certas ocasiões, manifestação de icterícia (Baiget, et al, 1997).

Sistema Endócrino

A endocrinopatia é facilmente observada em homens. A calvície frontal ocorre quase universalmente. Nos casos mais graves é freqüente haver atrofia testicular; há uma diminuição da libido e da potência sexual, podendo ocorrer esterilidade (Baiget, et al, 1997; Scaff, M., 1989; Adams, R., Victor, M., 1998).

As mulheres com DMS freqüentemente possuem insuficiência ovariana e distúrbios menstruais. Problemas no parto são comuns, incluindo hemorragia excessiva ou trabalho de parto ineficaz (Scaff, M., 1989; MDA, 2001).

A maioria dos portadores não têm diabetes grave, porém podem desenvolver resistência à insulina com níveis elevados de açúcar no sangue, ou seja, o corpo produz insulina, porém esta não desempenha muito bem sua função (MDA; 2001).

Sistema Visual

O comprometimento mais freqüente é no cristalino, onde há formação de catarata. Outras manifestações clínicas no sistema ocular podem ser ptose palpebral, blefarospasmo, miotonia dos músculos perioculares, lesões na córnea, anomalias da íris, anormalidades eletrorretinográficas, constrição parcial do campo visual e hipotensão intra-ocular (Baiget et al, 1997; Anderson & Burian apud Scaff, 1989).

Sistema Auditivo

Freqüentemente, os portadores de DMS são acometidos de uma ligeira perda da audição, nos adultos se manifesta como uma surdez de percepção de freqüências altas e médias, pode agravar-se com a idade e sua origem parece ser tanto central como periférica (Baiget et al, 1997).

Sistema Ósteo-articular

Em cerca de 50% dos casos de DMS, ocorre um espessamento generalizado do osso frontal e hiperostose frontal interna. Ainda verifica-se hipoplasia de sela túrcica, hiperpneumatização dos seios frontais, retrognatismo e disostoses cranianas diversas. Cervicalgias e cervicobraquialgias são freqüentes; o tórax é assimétrico e é comum a ocorrência de cifoescoliose (Caughey apud Scaff, 1989; Dichiro & Caughey apud Scaff, 1989; Baiget et al, 1997).

Sistema Nervoso

Há uma grande diversidade de níveis de severidade dos sintomas mentais e emocionais de DMS, assim como ocorre com os demais aspectos da doença. Muitos pacientes, especialmente os levemente afetados estão dispertos, ativos e atentos, apresentando função normal, porém freqüentemente há pacientes lentos, indiferentes, apáticos, deprimidos e até agressivos.

Os transtornos do sono (hipersonia, sonolência, inversão do ciclo nictameral) podem ser decorrentes de anomalias nas áreas do cérebro que determinam o ritmo de dormir e despertar. Em alguns pacientes isto é agravado pela regulação respiratória e debilidade dos músculos respiratórios, junto com a respiração irregular ao dormir. Estas anomalias do sono podem chegar a ser invalidantes, especialmente para a vida profissional dos pacientes, que, no decorrer do dia, se sentem como a maioria das pessoas se sentiria ao final de um longo dia de trabalho (MDA, 2001; Baiget et al, 1997).

Pele

A calvície precoce frontal, temporal e, às vezes, até parietal, está presente em 80% dos portadores do sexo masculino. A extensão da calvície se correlaciona com a gravidade da enfermidade. Não é muito comum em mulheres e é rara em crianças. A pele é brilhante, delgada, seca, clara e, em certas ocasiões, rugosa e hiperquerastósica. Podem ocorrer seborréia e anomalias da pigmentação e lipomas (Scaff, 1989; Baiget et al, 1997).

3. Resultados e Discussão

Considerando as principais queixas ouvidas nas visitas aos pacientes portadores de DMM, identificamos terapêuticas que trouxeram resultados adversos, entre elas estão:

• Crioterapia: agrava a miotonia, induzindo a contração prolongada dos músculos, isto é resultado da diminuição da velocidade de reação de fosforilação dos canais iônicos, a qual já era dificultada pela deficiência da miotonina-proteína-quinase (MT-PK);
• Técnicas de massagem profunda, como amassamento, fricção, percussão, deslizamento profundo e vibração: têm efeito tônico prolongado sobre vários músculos. A demora no relaxamento muscular que ocorre na DMS e o estímulo mecânico contínuo e prolongado causado pela massagem levam à fadiga desses grupos musculares, causando crises de mialgias intensas e prolongadas, principalmente se utilizadas técnicas de massagem vigorosas;
• Exercícios ativos livres ou ativos resistidos: desencadeiam miotonia e contraturas musculares. Uma conseqüência séria pode ser a contração prolongada do diafragma, podendo levar à morte.

4. Propostas de condutas fisioterápica e holística para pacientes sintomáticos

• Cinesioterapia passiva (alongamento músculo-tendíneo [no limite fisiológico] e mobilização passiva global): ritmo lento e com poucas repetições. O tratamento não pode ter duração muito longa para não levar à fadiga; tem a finalidade de manter a amplitude de movimento;
• Controle postural: engloba, principalmente, a orientação, o treino de equilíbrio e as órteses estáticas. O treino de equilíbrio estático e dinâmicos é considerado muito importante por ajudar o paciente a se adaptar às mudanças que ocorrem em seu corpo. As orientações posturais e as órteses de posicionamento estático são indicadas preocemente para previnir as contraturas e deformidades como a cifoescoliose e o equinismo plantar. A marcha pode ser prolongada com o uso de bengalas ou andador (MDA, 2001).
• Órtese funcional para extensão dos metacarpos (fig. 9), sustentando a mão em posição funcional, possibilitando ao paciente escrever, desenhar etc. (MDA, 2001).
• Óculos especiais com "muletas para as pálpebras" para manter os olhos abertos, uma alternativa para a cirurgia, a qual geralmente regressa e precisa ser repetida (MDA, 2001).
• Termoterapia (calor superficial): promove relaxamento muscular, sedação e analgesia; deve ser feita antes da realização de alongamentos ou como tratamento das algias musculares;
• Massagem Subaquática: é aplicada com o paciente imerso em banheira e este recebe jatos suaves de água contra regiões específicas do corpo; a água sendo morna tem efeitos relaxantes, indicada para contraturas musculares;
• Watsu ou Shiatsu na água: trabalha a nível de meridianos, com mobilizações, ondulações, alongamentos passivos; visando o relaxamento muscular, ganho de amplitude de movimento, alongamento muscular e inibição do tônus. Deve ser adaptado a esta patologia, evitando a massagem;
• Reiki: uma terapia complementar que é uma técnica natural baseada na imposição das mãos. Não possui qualquer efeito colateral ou contra-indicação. Atua nos processos mentais, emocionais, físicos e espirituais do indivíduo, proporcionando bem-estar, relaxamento e analgesia. Pode, também, ser utilizado para melhorar a digestão e o peristaltismo e a regulação respiratória;
• Acupuntura: é uma técnica usada com muito sucesso desde a antiguidade, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo que a acupuntura tradicional consiste na inserção indolor de finas agulhas em determinados pontos da pele, denominados pontos de acupuntura ou acupontos. A técnica é eficaz no tratamento de dores espasmódicas da musculatura lisa e espasmos de músculos estriados;
• Relaxamento geral e respiratório: realizado em ambiente apropriado, sem ruídos desconfortáveis, com pouca luminosidade, pode ser associado à musicoterapia, cromoterapia e aromoterapia. O paciente deve estar deitado, poupando ao máximo os músculos esqueléticos em geral, com comando de voz do fisioterapeuta induzirá o paciente a controlar o seu ritmo ventilatório, enfatizando sempre o padrão de respiração diafragmática e o relaxamento dos múculos. Objetiva liberar a musculatura tensa e dar conscientização do padrão respiratório ensinado.

• Reeducação Funcional Respiratória (RFR), drenagem postural, ventilação mecânica: RFR utiliza exercícios visando a coordenação e adequação do tempo inspiratório e expiratório ao padrão ventilatório, tanto no que se refere à freqüência respiratória quanto à profundidade da inspiração. Todos os movimentos devem ser realizados de forma lenta e compassada, é fundamental o controle verbal do fisioterapeuta. A drenagem postural ajuda a saída das secreções pulmonares, devendo ser realizada com orientação do fisioterapeuta. A ventilação mecânica não invasiva tipo BIPAP, deve ser empregada nos casos de apnéia do sono e insuficiência ventilatória.

5. Conclusão

Durante a realização desta pesquisa notou-se que há dificuldade em encontrar dados mais aprofundados sobre a DMS, e nenhum relacionando a fisiopatogenia às condutas fisioterápicas tradicionais. Em conseqüência, muitos dos profissionais da área de saúde desconhecem os riscos causados por recursos como a crioterapia, massagem e exercícios ativos resistidos e livres.
As condutas fisioterápicas e holísticas propostas neste trabalho deverão ser desenvolvidas na prática e adaptadas às características da doença e de cada indivíduo, especialmente àqueles que se encontram nos estágios mais avançados da doença, portanto o trabalho prosseguirá e cada conduta será estudada individualmente.


dr.danilo freitas
medicina esportiva

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ANABOLIZANTE UMA DROGA LIBERADA !


O que os anabolizantes fazem no corpo a curto e longo prazo?

O uso indevido dessas drogas pode acarretar inúmeros problemas como:

Homens e adolescentes: redução da produção de esperma, impotência, dificuldade ou dor em urinar, calvície e crescimento irreversível das mamas (ginecomastia).

Mulheres e adolescentes: aparecimento de sinais masculinos como engrossamento da voz, crescimento excessivo de pelos no corpo, perda de cabelo, diminuição dos seios, pelos faciais (barba).

Em pré-adolescentes e adolescentes de ambos os sexos: finaliza, prematuramente, o crescimento deixando-os com estatura baixa para o resto de suas vidas.

Em homens e mulheres de qualquer idade: aparecimento de tumores (câncer) no fígado, perturbação da coagulação do sangue, alteração no colesterol, hipertensão, ataque cardíaco, acne, oleosidade do cabelo e aumento de agressividade que pode manifestar-se em brigas.

Usuários que injetam esteródes anabolizantes com técnicas inadequadas e não estéreis (livre de contaminação), ou dividem agulhas contaminadas com outros usuários, correm o risco de contrair infecções como HIV, hepatite B e C. Há ainda, o problema com preparações ilegais dessas drogas, as quais são elaboradas em condições não estéreis colocando em risco os que as utilizam.
Essas drogas, principalmente em altas doses, aumentam a irritabilidade e agressividade. Esses usuários podem cometer atos agressivos como luta física, roubo, ou utilizar a força para obter alguma coisa.
Ainda em altas doses, os usuários podem desenvolver outros comportamentos como: euforia, aumento da energia, alteração de humor, distração, esquecimento e confusão.
Usuários de anabolizantes podem desenvolver dependência a essas drogas. Essa dependência pode ser percebida no usuário que continua tomando anabolizantes mesmo depois de ter tido consequências causadas pela droga como problemas físicos, nervosismo, irritabilidade, efeitos negativos com suas relações com as pessoas. Além disso, gastam grande quantidade de dinheiro e tempo para obter a droga e quando deixam de usá-las apresentam uma série de sintomas desagradáveis.

dr. danilo freitas

orgulho de ser.........


..::O Significado de Ser Fisioterapeuta::.

Mãos concretas de fisioterapeuta... Mãos que flexionam, alongam e movimentam pernas que dão passos apenas na imaginação... Mãos que fazem soprar o pulmão que já não quer mais respirar... Mãos que põem em pé crianças que só fazem deitar... Mãos de criação, revivem e retomam caminhos de um mundo quase perfeito... Mãos que estimulam células nervosas, musculares e emoções... O toque envolvendo a harmonia, a compreensão ao acalmar de um coração ansioso pelo toque dessas mãos... Olá pessoas!!! Hoje, 13/10, é o Dia do Fisioterapeuta e resolvi fazer uma homenagem à profissão que escolhi e que apesar das dificuldades, pretendo seguir até o fim dos meus dias. Espero que, um dia, em breve, ela passe a ser respeitada e valorizada! Aos meus amigos e colegas de trabalho, tenham um lindo dia. Grande abraço a todos.

dr.danilo freitas

MEDICINA ESPORTIVA

fisioterapia esportiva: LESÕES MUSCULARES NO ESPORTE
dr.danilo freitas-medicina esportiva

olá a todos...

O artigo a seguir tratará de algumas informações básicas das lesões musculares que devem ser de conhecimento dos profissionais da saúde que trabalham com esporte.

Lesões musculares são uma das mais comuns lesões ocorridas nos esportes, com uma incidência variando de 10% a 55% de todas as lesões encontradas. Podem ser causadas por contusão, distensão e laceração. Nos esportes as lacerações são muito incomuns, e as distensões e contusões representam segundo alguns estudos, mais de 90% das lesões musculares.

Com relação às distensões, alguns dados devem ser ressaltados:

• “Sprinting” e saltos são as atividades mais comumente associadas com distensão muscular.

• Normalmente as distensões musculares ocorrem próximas às junções músculo-tendíneas e em músculos bi-articulares, como o reto-femoral, semitendinoso e gastrocnêmio.

• Ocorrem principalmente durante as atividades excêntricas e com alto pico de força.

As principais causas que levam a uma lesão músculo esquelética são:

• Overuse.

• Falta de condição adequada do espaço físico.

• Inadequação do esforço físico e imaturidade do sistema músculo-esquelético

• Fadiga muscular.

• Aquecimento inadequado seguido de

esforço físico intenso.

• Inatividade prolongada.

• Uso de drogas anabolizantes.



ReaÇÃO À lesÃo

A inflamação é a resposta do corpo a uma lesão e, em condições ideais, resulta da cicatrização da lesão e substituição do tecido traumatizado e destruído, com restauração associada da função. Entretanto, o microtraumatismo de determinada área pode causar uma resposta inflamatória crônica que resulta em efeitos adversos na articulação e em suas estruturas circundantes. A resposta inflamatória é a mesma, seja qual for a localização e a natureza do agente lesivo, e consiste de modificações químicas, metabólicas, vasculares e da permeabilidade, seguidas por alguma forma de reparo.


Efeitos da ImobilizaÇÃO

Uma das primeiras e mais óbvias modificações que ocorrem como resultado da imobilização é a perda de força muscular. Isso se relaciona com uma redução no tamanho do músculo e uma queda na tensão por unidade de área transversal do músculo. MacDougall e colaboradores relataram que seis semanas de imobilização gessada do cotovelo resultam em queda superior a 40% na força do músculo.

Lindboe e Platou relataram que, nos seres humanos, o tamanho das fibras musculares é reduzido em 14 a 17% após 72 horas de imobilização. Após cinco a sete dias de imobilização, a perda absoluta da massa muscular parece tornar-se muito mais lenta.

Ocorre atrofia das fibras musculares tanto de contração lenta (tipo I) quanto de contração rápida (tipo II). Os estudos sugerem que não existe perda seletiva de massa muscular nas fibras de contração lenta, em comparação com as fibras de contração rápida. Entretanto, admite-se em geral que, com a imobilização, observa-se maior degeneração das fibras de contração lenta em comparação com as de contração rápida.

Efeitos da remobilizaÇÃO

Um fator positivo na recuperação muscular é que o músculo apresenta uma resposta mais rápida com a remobilização do que as outras estruturas de tecidos conjuntivos.

A regeneração muscular começa três a cinco dias após um programa de recondicionamento. Por volta de seis semanas após a imobilização, parece que as fibras musculares conseguem recuperar-se completamente.

Deve-se ressaltar que o tempo de recuperação de uma lesão muscular depende de vários fatores como: grau da lesão, tempo de imobilização, tratamento aplicado, entre outros.

Os efeitos positivos da mobilização precoce na regeneração de músculos esqueléticos lesionados não se limitam somente a mudanças histológicas. Estudos têm mostrado biomecanicamente que a força do músculo lesionado retorna ao nível pré-lesão mais rapidamente quando o músculo é mobilizado ativamente, em comparação quando o mesmo é imobilizado depois de um trauma. Devemos ressaltar que essa mobilização ativa pós-lesão não pode ser feita de qualquer forma porque a patobiologia da lesão muscular deve ser respeitada e o tratamento realizado por profissional capacitado.

Deve ser lembrado também que um pequeno período de imobilização é benéfico e muito importante para arecuperação adequada da lesão, devendo ser limitado há poucos dias após a lesão.

ClassificaÇÃOo das LesÕes e Tratamento Imediato

• Grau I : Dor leve com alongamento passivo e contração ativa do músculo; tumefação, equimose; pequena perda de força e função.

• Grau II : Dor moderada com alongamento passivo e contração ativa do músculo; tumefação, equimose; deterioração da função e força.

• Grau III : Dor intensa; tumefação, equimose; perda da função muscular; pode estar presente um defeito palpável.

O tratamento imediato nas lesões musculares compreende basicamente quatro medidas: repouso, crioterapia (“gelo”), compressão e elevação.

O tempo de aplicação do gelo é ainda motivo de discussão, mas sabe-se que uma aplicação entre 15 e 25 minutos é segura e trás benefícios para o controle de edema.

Prevenção das LesÕes Musculares

A prevenção das lesões musculares deve ser feita de diversas formas.

Primeiramente toda e qualquer atividade física deve ser precedida de exercícios de alongamento e aquecimento adequados e orientados por um educador físico. Este profissional é habilitado para indicar a forma correta, tempo adequado, entre outras informações para a realização da atividade física.

Os exercícios de treinamento do “CORE” (ver artigos do Dr. Edgar Fuji na seção de medicina esportiva) tem-se mostrado muito eficazes na prevenção de lesões musculares.

Outra forma de prevenir lesões musculares é realizar um programa adequado de treinamento sensório-motor.

Espero que estas informações sejam úteis. Dúvidas ou sugestões enviem-me e-mail.

Abraços e até mais!

HIDROTERAPIA


Hidroterapia na Ortopedia, Traumatologia e Medicina Desportiva
Tópico:Hidroterapia
A expansão da Hidroterapia está evidenciada pela proliferação de novas dependências e programas de Hidroterapia.


Embora tradicionalmente a Hidroterapia fosse utilizada no tratamento do doente físico e mental e basicamente nos problemas neurológicos, ela agora vem sendo utilizada em programas de controle da dor crônica, no tratamento de paciente pós-mastectomizados, reabilitação cardíaca, e cada vez mais no meio Ortopédico, Traumatológico e na Medicina Desportiva.

Benefícios da Hidroterapia:

A Medicina Desportiva, o condicionamento físico, a Artroplastia Articular e os programas de reabilitação de coluna estão entra as muitas áreas da Ortopedia nas quais a Hidroterapia pode promover a pronta restauração da função.

A Hidroterapia é benéfica quando se deseja pouca ou nenhuma sustentação de peso ou quando há inflamação, dor, retração e/ou espasmo muscular e limitação da amplitude de movimento, que podem de maneira isolada ou conjunta diminuir a função normal. A Hidroterapia também é uma opção para pacientes que estejam incapacitados d realizar exercícios no solo em razão de cirurgia recente, lesão muscular, tendínea ou ligamentar, lesão neuromuscular ou Ortopédica aguda ou crônica, doença Reumatológica ou deficiência neurológica.

Os pacientes relatam que na água os movimentos não só se tornam mais fáceis mas também menos dolorosos, tornando a reabilitação mais rápida.

Muitos experimentam aumento do relaxamento, diminuição do espasmo e dores musculares, além de um aumento da amplitude de movimento e força durante as sessões de Hidroterapia.

A flutuação do corpo humano na água permite que os pacientes se exercitem mais independentemente durante as sessões, o que o incentiva a assumir maior responsabilidade por sua reabilitação e torna as sessões em grupo uma opção para alguns deles (a terapia em grupo ajuda a estabelecer novas relações sociais além de um compromisso, o que pode dispersar sentimentos de raiva, isolamento, depressão ou ansiedade, que comumente acompanham o processo de doença e recuperação).


Benefícios Fisiológicos

Após uma lesão, cirurgia ou imobilização, a Hidroterapia facilita o movimento por meio da redução das forças gravitacionais combinadas com os efeitos da flutuação, pressão hidrostática e temperatura mais elevada da água.

Flutuação: propicia a redução da ação da gravidade sobre o corpo humano, permitindo a realização de exercícios após uma intervenção cirúrgica ou lesão, quando esta seria dolorosa ou até impossível se realizada fora da água.
Também atua provendo estabilização para a coluna ou extremidades que podem estar enfraquecidas em virtude de doenças, cirurgia ou imobilização.

A flutuação permite uma posição de conforto, em diversas posições, além de permitir o controle precoce do movimento.

A marcha pode ser auxiliada na água, permitindo mais prontamente correções. Correções posturais podem ser feitas com menor esforço e desconforto para o paciente.

Viscosidade: a viscosidade da água pode ser utilizada nos exercícios como forma de resistência, quando se visa a melhora do tônus muscular, o aumento de força ou resistência. Pode-se ajustar a resistência através da velocidade do movimento, comprimento e forma da alavanca, a amplitude de movimento e o grau de impulso devido à flutuação.
Empuxo: quando o corpo está imerso em líquido, há uma força vertical que o empurra para cima diretamente proporcional ao peso do volume de líquido deslocado, é o chamado Princípio de Arquimedes, ou Empuxo.

Ë este fenómeno que permite a diminuição da descarga de peso sobre as articulações.
Pressão Hidrostática: o corpo imerso na água sofre pressão desta, esta pressão aumenta de maneira diretamente proporcional à profundidade, ou seja, quanto mais fundo maior a pressão sobre o corpo ou seu segmento. Há então um aumento do retorno venoso das pernas pois estas estão sofrendo maior pressão da água pela profundidade quando o indivíduo está em pé.
Temperatura da água: a água aquecida diminui a tensão e dores musculares, proporcionando um ambiente confortável e relaxante para o exercício terapêutico.


Psicológicos
A reabilitação pode ser bastante frustrante para o paciente, tanto mental quanto emocionalmente. A Hidroterapia pode ser útil como tratamento de lesões onde se estão associadas deficiências psicológicas, aumentando a adesão ao programa de reabilitação pois as pessoas se sentem mais bem-sucedidas na água, pois esta lhes permitiu a execução de movimentos antes não imaginados, ou de movimentos sem dor.

A Hidroterapia pode proporcionar variedade e até algum divertimento ao programa de reabilitação, assim o paciente se sente mais confiante na sua recuperação além de tornar algo que poderia ser chato, entediante e dolorido em algo que lhe proporciona muito prazer. Desta maneira sua frequência às sessões é melhor, seu empenho nos exercícios é maior e a sua satisfação é completa.


Além destes benefícios, a Hidroterapia oferece ainda diversas vantagens sobre outras técnicas de reabilitação.

A flutuação garante suporte e estabilidade às articulações acometidas, além de proporcionar assistência e, progressivamente, resistência ao movimento.

A pressão hidrostática também ajuda na estabilização das articulações além de ajudar à diminuir edemas e melhorar a circulação. O aumento da circulação melhora a condição da pele afetada pela cirurgia ou imobilização e acelera a cura ao implementar a nutrição na área lesada.

A circulação também é melhorada em decorrência do aumento da temperatura mais elevada da água. Esta temperatura também ajuda à diminuir a espasticidade ou espasmo muscular, estimulando o relaxamento muscular, diminuindo então a dor e facilitando a realização de exercícios de alongamento e fortalecimento, visando a restauração das amplitudes normais de movimento precocemente.

Ao permitir o movimento precoce, têm-se uma melhora da circulação, portanto das estruturas lesadas e das amplitudes de movimento. Se reestabelece precocemente a biomecânica articular, permitindo um funcionamento normal da articulação, evitando-se novas lesões, atrofias musculares e formação de fibroses cicatriciais, que limitariam os movimentos normais.


Tem-se ainda que levar em consideração os efeitos sobre os diversos sistemas do corpo humano.

Dentro da água há um aumento do retorno venoso, o que aumenta a função cardíaca, ou seja, o coração recebe mais sangue proveniente dos membros inferiores(e até superiores) e precisa trabalhar mais para conseguir levá-lo para os pulmões, existe então um aumento do trabalho cardíaco. Quando tal fenômeno não é desejado há ainda a possibilidade de se realizar um trabalho na posição horizontal, onde se conta com todos os efeitos da água senão o aumento da frequência cardíaca, mas sim uma diminuição desta.

Existem ainda os benefícios do condicionamento muscular, onde é postulado que enquanto a gravidade é minimizada na água, a viscosidade desta talvez atue oferecendo uma significativa resistência mediada pela velocidade aos movimentos que o indivíduo precise vencer.

De uma maneira sucinta, a Hidroterapia na Ortopedia, Traumatologia e Medicina Desportiva atua:



Diminuindo a dor;

Mantendo ou aumentando a força muscular;

Mantendo ou aumentando a resistência muscular à fadiga;

Mantendo ou aumentando as amplitudes de movimento;

Melhorando a postura;

Mantendo ou melhorando o condicionamento cardiovascular;

Melhorando o equilíbrio, coordenação e propriocepção;

Diminuindo edemas;

Promovendo o relaxamento;

Promovendo a reabilitação precoce;

Facilitando a execução de movimentos que são difíceis ou impossíveis de serem realizados fora da água;

Diminuindo as forças compressivas nas articulações;

Diminuindo inflamações crônicas;

Mantendo a capacidade funcional do sistema locomotor;

Melhorando a execução de atividades de vida diária;

Melhorando a capacidade respiratória;

Melhorando a circulação sanguínea;

Prevenindo contraturas e deformidades;

Melhorando a sociabilidade

atenção


Pilates na Saúde da Mulher

Cada vez mais a busca por saúde e qualidade de vida ocupa os pensamentos de pessoas de todas as idades. Esta busca pode levar a diferentes caminhos e métodos, entre eles o Pilates.

A técnica recebe o nome de seu idealizador, Joseph Hubertus Pilates, e foi desenvolvida para que quando usada ajudasse a recuperar força, flexibilidade e resistência. Por muito tempo o Pilates foi utilizado apenas por Joseph, até que nos anos 80 seus princípios foram utilizados para a reabilitação de atletas e dançarinos nos Estados Unidos.

A partir da disseminação da técnica muitas pesquisas foram feitas até chegar ao método utilizado hoje, que é baseado na respiração, na postura adequada durante os movimentos e a contração ideal de certos músculos.

O Pilates pode ser feito com a ajuda de aparelhos desenvolvidos especialmente para seus exercícios; este é o Pilates tradicional. Ou com o uso de bolas, pesos e resistência elástica; é o Pilates em solo. Independente do tipo, esta técnica ajuda na melhora de alterações posturais e consciência corporal, no ganho de força, flexibilidade, na diminuição de dores na coluna e outras articulações, como também na melhora do tônus muscular.

Atualmente pesquisas têm mostrado os benefícios do Pilates nas diferentes etapas da vida da mulher. Estes benefícios são muito importantes, uma vez que a mulher passa por muitas mudanças físicas, principalmente durante a gestação e a menopausa.

Através de técnicas especialmente desenvolvidas para as mulheres, o Pilates melhora a postura e previne o ganho excessivo de peso durante a gestação, além de muitos outros benefícios. No período pós-natal ajuda no retorno rápido ao peso, melhora a musculatura abdominal e a flexibilidade.

Já no período da menopausa, o Pilates ajuda na manutenção da força muscular e no controle de peso, previne e trata a incontinência urinária, além de melhorar a densidade óssea.

Então o Pilates é uma técnica com ampla aplicação e da qual as mulheres podem tirar muito proveito, inclusive para manter a forma e prevenir dores na coluna, nas articulações e a diminuição dos movimentos.

Mas vale lembrar que é importante procurar um fisioterapeuta capacitado para buscar seus objetivos com o Pilates.

dr.danilo freitas
fisioterapia-medicina esportiva